“Vejam o quebra-cabeça que é a Suíça. Essa minha terra ancestral é um lugarejo pedrento, com uma área menor que a do estado do Rio de Janeiro. Não tem um centímetro de litoral. É uma das terras mais pobres em minerais que se conhece. Não tem uma gota de petróleo que possa chamar de sua, e mal consegue um saco de carvão. Quanto à agricultura, o clima e a topografia são inóspitos a quase tudo.
Há trezentos anos a Suíça fica fora das guerras européias, principalmente porque, nesse tempo todo, não apareceu um invasor que realmente a quisesse.
Com tudo isso, os suíços estão entre as pessoas mais ricas do mundo. Em renda per capita, comparam-se aos americanos, alemães e japoneses. Sua moeda é das mais fortes do mundo. Como conseguem isto?
Conseguem-no porque são os investidores e especuladores mais espertos do mundo. Claro, todo mundo quer ganhar; mas nem todo mundo quer investir, assumir riscos, e é aí que reside uma diferença da maior importância.”   

“Observando isto, os suíços concluíram que a maneira sensata de levar a vida não é fugindo aos riscos, mas expondo-se deliberadamente a eles. É entrar no jogo. Mas não à maneira irracional da larva. Ao contrário: apostar com cautela e deliberação; apostar de maneira tal que grandes ganhos sejam mais prováveis que grandes perdas – arriscar e ganhar.”

Trecho adaptado- Max Gunther, Axiomas de Zurique – pág 02.